Bancas de jornais ampliam mix de produtos e viram loja de conveniência
Com informações online, jornaleiros se adequam ao novo mercado.
Pesquisa em 3.352 estabelecimentos traça o perfil das novas banquinhas.
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há 48 anos (Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)
Pesquisa da agência Toolbox TM- Trade Marketing Know How, feita com 3.352 estabelecimentos em vários estados brasileiros, aponta que 68% das bancas vendem também gomas e confeitos e 52%, bebidas refrigeradas. E 12% dos pontos visitados oferecem serviços com máquinas de fotocópias.
Jornaleiro há 48 anos em Campinas (SP), Waldomiro da Silva Ribeiro, da
Banca do Miro, aumenta a lista de produtos que hoje compõem o novo
cenário das bancas. “Vendemos cartão de recarga de celular, cartão zona
azul e fazemos plastificação de documentos para ficarmos abertos”,
conta.
(Foto: Luciano Calafiori/G1 Campinas)
A pesquisa do perfil das bancas de jornais retrata ainda que, no estado de São Paulo, 65,6% vendem livros e 54,4% comercializam cigarros. Em média, as bancas faturam R$ 900 por dia nas maiores cidades. Em municípios de médio e grande porte, como Ribeirão Preto (SP) e Campinas, a maior parte dos comerciantes não responderam à pergunta. Já 35% disseram que faturam de R$ 100 a R$ 450. Outros 9% disseram que faturam entre R$ 451 e R$ 900. Para 5%, o ganho diário vai de R$ 901 a R$ 1.350.
Denílson Falsarella, um dos administradores da Banca do Alemão, que funciona no cruzamento da Avenida Francisco Glicério com a Rua General Osório, principal centro comercial de Campinas, relata que a venda de jornais impressos teve queda nos últimos anos por causa da internet, mas o negócio da família continua de pé devido ao novo perfil adotado no comércio, que está aberto há 60 anos.
“Com a internet, as vendas caíram um pouco, mas nós diversificamos. Vendemos bala, água, boneco mascote de time e temos clientes para coleções, que vão de carrinhos a pratos. É um bom negócio. Aquele jornaleiro que parou no tempo fecha as portas”, explica Falsarella.
A banca do Alemão aposta ainda nas publicações que estão em alta, como gibis para o público adolescente e adulto, como os da Marvel, e nas apostilas de concursos públicos. No início de agosto o país tinha 43 mil vagas em concursos públicos abertos. A região Sudeste possui 444 processos seletivos abertos, sendo que mais da metade são no estado de São Paulo.
Jabá (Foto: Divulgação/Carlos Henrique Orlando)
Mas na banca física, ele também diversifica para criar clientes futuros. Com a ajuda de uma professora, ele recebe a visita de crianças de uma escola. Depois de uma palestra de como funciona o dia-a-dia da profissão, ele mostra os produtos que estão à venda. “As crianças são um filão. Temos que pensar na banca lá na frente”.
Diversificar às vendas e se enquadrar nas novas realidades do mercado são os caminhos apontados por especialistas consultados pelo G1. Para o consultor do SEBRAE Sérgio Diniz, a banca tradicional, que só vende revistas, jornais e figurinhas não vai sobreviver por muito tempo. “O jornaleiro tem que estudar o ponto, o poder aquisitivo de quem é cliente em potencial e se tiver outra banca próxima, estudar a concorrência”, relata. Investir em tecnologia também é uma aposta segundo ele, porque os clientes estão cada vez mais exigentes. “É preciso procurar se atualizar, ter as noções de marketing. Tem que mostrar sua imagem, o jornaleiro é um vendedor”, explica.
“Jornaleiros com espírito empreendedor, que tem visão ampla do mercado que atuam, investindo no ponto de venda e trabalhando na fidelização de seus clientes, persistem e se destacam no mercado. É um perfil diferente do jornaleiro que começa a aparecer com mais frequência em diversas cidades”, afirma Sérgio Ferreira, gerente de Trade Marketing da Dinap, empresa responsável pela venda de 70% das vendas avulsas de revistas, que atende 2,6 mil municípios brasileiros.
FONTE http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2012/08/bancas-de-jornais-ampliam-mix-de-produtos-e-viram-loja-de-conveniencia.html
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